Tratamento de deficit de atenção e hiperatividade deve ser priorizado, diz psiquiatra no TRT5

 


Crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) têm um atraso na maturação neuronal que só se equipara à média da sociedade aos 25 anos, mas é recomendável tratamento o quanto antes para evitar prejuízos, inclusive a menor sociabilidade, menor rendimento escolar, queixas de comportamento inadequado, propensão a acidentes, dificuldades no funcionamento familiar e pior qualidade de vida dos pais. Na adolescência e na fase adulta, pode haver complicantes como abuso e dependência química, mais risco de gravidez, menor permanência no emprego e mais risco de acidentes de trânsito.


Estas foram algumas das informações transmitidas na palestra ''O TDAH e seu impacto ao longo da vida'', ministrada pela médica psiquiatra Maria Conceição do Rosário, na manhã desta segunda (24/4), no auditório do Pleno do TRT5. O evento, que abriu a I Jornada da Saúde do TRT5, contou com as presenças das desembargadoras Maria Adna Aguiar, presidente do Tribunal; Lourdes Linhares, vice-presidente; Graça Boness, gestora do TRT5-Saúde; Ivana Magaldi, ouvidora; e Suzana Inácio. Segundo a presidente, a palestra foi pensada especialmente para o público do TRT5, que deve levar o conteúdo para suas relações pessoais em casa, no trabalho e na sociedade.


De acordo com Conceição do Rosário (veja abaixo resumo do curriculum), cerca de 6% das crianças em idade escolar e 3% dos adultos em todo o mundo têm TDAH, e isso independe de fatores culturais, da educação doméstica ou de conflitos de quaisquer naturezas. Não há exames que detectem o problema, sendo que somente a avaliação clínica pode diagnosticá-lo, a partir de entrevistas com pessoas que convivem em torno do portador da disfunção. Os profissionais consideram a presença de seis sintomas de desatenção ou hiperatividade e impulsividade que sempre se manifestam antes dos 12 anos de idade. Entre estes sintomas podem estar os fatos de o portador se distrair facilmente, não ter noção do tempo necessário para as tarefas, perder o material de estudo ou trabalho, ser muito agitado e falar demais.


Para fazer frente ao transtorno é importante que a família conte com o máximo de informação possível, daí o tratamento incluir psicoeducação. Inclusive, em caso de crianças muito pequenas, pode haver tratamento somente com os pais. Além desse trabalho também são usados apoio farmacológico e a psicoterapia, direcionados aos pacientes. A psiquiatria não recomenda escolas especiais, mas a capacitação das escolas tradicionais para atender esse público, que luta contra o estigma e o preconceito, inclusive com a mistificação que diz que o portador de TDAH é mal-educado, aéreo e superdotado.


“É impossível mantermos a atenção o tempo inteiro, a atenção flutua. Mas a questão é quanto tempo conseguimos focar. Essa questão é essencial na avaliação do TDAH”, disse a psiquiatra, lembrando que os sintomas desse transtorno não são exclusivos, também sendo constatados em outros distúrbios, o que pode complicar a avaliação. Além disso, os portadores de TDAH podem associar outras morbidades.

 

 

 

JORNADA - A I Jornada da Saúde do TRT5 prossegue na quinta (27/4), com eventos no Fórum do Comércio. Veja abaixo:
 
— FEIRA DE MEDICINA PREVENTIVA (TÉRREO): destinada a todas as pessoas que circulam no local, vai oferecer, ao longo do dia, serviços de medição de pressão arterial, bioempedância, teste de tonometria para prevenção do glaucoma, massagem, teste de glicemia e orientações sobre a depressão, com distribuição de panfletos voltados para desmitificação da doença.
 
 
— FEIRA DE CUIDADOS (11º ANDAR): destinada a magistrados, servidores, terceirizados e estagiários, começará com alongamento às 9 horas e depois serão oferecidos massagem express, reflexologia podal, massagem caudal, acupuntura auricular, orientações nutricionais, orientações ergonômicas e posturais, medição de força de prensão e quantidade de musculatura, além da Tenda de Atenção Psicológica ''Como vai você?''. Inscrições através do e-mail projetosespeciais@trt5.jus.br e dos telefones 3319-7667/7412.
 
A Jornada é promovida pela Seção de Qualidade de Vida, em parceria com a Coordenadoria de Projetos Especiais e a Coordenadoria de Saúde e o Comitê de Saúde do Trabalhador do TRT5 (CSTrab). O evento conta com o apoio da Clínica Viterbo, Laboratório Sabin, Clínica Alclin, Clínica Cliop e Clínica Cuidar Mais.
 
MARIA CONCEIÇÃO DO ROSÁRIO - Possui mestrado em Medicina pela Universidade de São Paulo (1998), doutorado em ciências pela Universidade de São Paulo (2004) e pós-doutorado em pesquisa em psiquiatria da infância e adolescência pela Universidade de Yale. Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e professora associada do Child Study Center da Universidade de Yale. Coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência (UPIA) da UNIFESP e Coordenadora do Curso de Especialização em Saúde Mental da Infância e Adolescência (CESMIA).
 
Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Psiquiatria da Infância e adolescência, com atuação principal nos seguintes temas: transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtornos de tiques, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e desenvolvimento na primeira infância. A palestra que fará no TRT5 não acarretará ônus para a instituição.

 

Secom TRT5 - 24/4/2017