Campanha Novembro Azul alerta para perigos do câncer de próstata

foto: Divulgação

 

Por Thiago Martins (*)

 

Depois do Outubro Rosa, período dedicado à conscientização da mulher no combate ao câncer de mama, inicia-se a campanha “Novembro Azul”, surgida primeiramente na Austrália em 2003, com o intuito de conscientizar a população masculina sobre o câncer de próstata. O mês de novembro foi escolhido para o movimento por ser o mês em que são comemorados o dia mundial de combate a essa doença (17 de novembro) e o dia internacional do homem (19 de novembro).

 

O câncer de próstata é o câncer mais frequente no sexo masculino, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Estatísticas apontam que a cada seis homens, um é portador da doença. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estimam-se que 61,2 mil novos casos de câncer de próstata sejam diagnosticados no Brasil em 2016. Esses valores correspondem a um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens. Os principais fatores de risco são idade (cerca de 62% dos casos são a partir dos 65 anos), história familiar, raça (maior incidência em negros), dieta rica em gordura animal e pobre em frutas e verduras, sedentarismo e obesidade.

 

O Inca também aponta que, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata é o mais incidente entre os homens em todas as regiões do país, com 95,63/100 mil na Sul, 67,59/100 mil na Centro-Oeste, 62,36/ 100 mil na Sudeste, 51,84/100 mil na Nordeste e 29,50/100 mil na Norte.

 

Devido a sua proximidade com a bexiga e também com a uretra (canal que atravessa a próstata e o pênis, levando à micção: dificuldade para urinar, jato urinário fraco, vontade de urinar com urgência, aumento da frequência urinária durante a noite. Porém, em fases iniciais, o tumor de próstata não produz sintomas, crescendo de forma silenciosa, surgindo os sintomas apenas em fases mais avançadas, diminuindo muito as chances de cura. Por essa razão, a importância de o homem procurar orientação médica e realizar os exames de rastreamento com periodicidade.

 

Esses exames são o toque retal e o exame de sangue chamado PSA (Antígeno Prostático Específico), uma proteína que a próstata produz e se eleva muito nos casos de câncer. Como a próstata fica na frente do reto, o médico consegue com o toque retal palpar a face posterior da próstata e descobrir eventuais nódulos. Importante destacar que esses exames são complementares e um não substitui o outro. Cerca de 10 a 20% dos casos não são detectados pela dosagem de PSA e cerca de 35% não são detectados pelo toque retal. Fazendo os 2 exames juntos, a probabilidade de não detectar cai para 8%.

 

A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos procurem seu urologista para discutir a prática e realização desses exames. Aqueles homens com maior risco (principalmente história familiar e raça negra), devem procurar o urologista a partir dos 45 anos. A periodicidade desses exames vai depender de cada caso.

 

(*) Médico clínico oncologista do TRT5-BA | Estimativas referentes a 2016 foram atualizadas pela Secom TRT5-BA, de acordo com dados estatísticos disponibilizados pelo Inca.

 

Secom TRT5-BA - 3/11/2016