Encontro Institucional traz reflexões sobre Justiça e Mercado de Trabalho

 

 

A programação do 5º Encontro Institucional da Magistratura Trabalhista da 5ª Região, nessa quinta-feira (4/8),  trouxe uma análise da conjuntura brasileira sob o olhar de especialistas de diferentes áreas. A mesa-redonda Mercado de Trabalho e Justiça do Trabalho - perspectivas e dilemas propiciou amplas reflexões dos debatedores.

 

O primeiro a falar foi Jessé de Souza, sociólogo, professor, doutor da Universidade Federal Fluminense (UFF), pós-doutor em Filosofia e Psicanálise. Ele acredita que o maior problema do Brasil é a desigualdade, e há uma classe que pode fazer escolher, enquanto outra não tem esse direito. Como exemplo, Jessé falou que um professor universitário no início da carreira e um funcionário de uma multinacional ganham relativamente o mesmo salário, mas fazem escolhas distintas, como carro ou bairro. ''A classe média tem o poder de comprar o tempo livre do filho e quem não tem poder econômico, os filhos começam a trabalhar aos 12 anos'', afirmou.

 

 

 

 

Outro debatedor foi Armando Avena Filho, economista, mestre em planejamento global e política econômica, que salientou que todo governo brasileiro é capturado pelo sistema financeiro e que uma economia equivocada nos próximos dois anos pode acarretar perda de 10% do PIB. ''Os trabalhos estão fragilizados e o aumento do desemprego fez gerar 8% a mais de processos trabalhistas. Além disso, dentre os países emergentes, o Brasil é o que menos cresce e se não revertermos a situação regrediremos e vamos ter uma crise sem precedentes'', afirmou o professor.

 

A terceira debatedora foi Odete Cristina Reis, médica e auditora fiscal do Trabalho (MG), que há três anos fiscaliza empresas de teleatendimento. A precarização do trabalho, baixos salários, assédio moral e os sindicatos que eram fortes, e hoje não têm representatividade, foram aspectos levantados. ''O funcionário leva uma média de 18 minutos da portaria da empresa até a mesa de trabalho, o que gera perda salarial relativa a estes minutos. Também há problemas nas cordas vocais e audição por conta do ruído externo'', ressaltou Odete reis.

 

Secom TRT5 (Edilena Vasconcelos) - 5/8/2016