Juízas participam de programa de cidadania em escola pública


O nível de engajamento dos professores do Centro Estadual de Educação Profissional da Bahia (CEEPBA), em Água de Meninos, surpreendeu as juízas do Trabalho que aplicaram o primeiro módulo do Programa Trabalho Justiça e Cidadania (TJC), que leva noções de direitos e deveres do cidadão para alunos de escolas públicas. De acordo com a magistrada Graça Varela, que falou sobre trabalho seguro, a participação dos docentes foi muito boa e as contribuições valiosas. “Saí renovada de idealismo. De esperança. Melhor, da certeza de que vamos conseguir construir a dignidade de nosso país porque há muita gente fazendo esse trabalho de formiguinha, de forma consciente, responsável, respeitosa, bonita”.


O programa foi aplicado no colégio para cerca de 20 professores nos dias 18 e 19 de fevereiro, das 13h às 21h, pelas juízas do Trabalho Silvia Isabelle (diretora de Cidadania e Direitos Humanos da Amatra5), Clarissa Magaldi e Graça Varela. No primeiro dia, foi exibido o filme “Daens – Um Grito de Justiça”, que mostra a luta de um padre na Bélgica, no século XIX, contra a exploração de trabalhadores da indústria têxtil. Os operários, inclusive crianças, chegavam a trabalhar 16 horas diárias nas fábricas, em condições insalubres e sem segurança.


Após o filme, a juíza Silvia Isabelle enfatizou as vitórias históricas dos trabalhadores e explicou como os direitos foram sendo conquistados ao longo dos anos. Em seguida, apresentou um panorama geral de como funciona o TJC, esclarecendo que uma vez por mês os juízes vão tirar dúvidas dos professores e alunos e ajudar na condução dos trabalhos em sala de aula com os temas relacionados ao programa.


Além da exibição de filmes e documentários, os futuros multiplicadores do programa tiveram a oportunidade de aprofundar e debater diversos temas ligados ao Direito do Trabalho, como terceirização, trabalho infantil e escravo, mais-valia, entre outros. “É importante que o juiz do Trabalho participe dessas iniciativas para diminuir as ocorrências nas salas de audiência, pois são os professores que podem ajudar a esclarecer aos futuros trabalhadores seus direitos e deveres”, disse Silvia Isabelle, lembrando que com informação, muitos conflitos podem ser resolvidos.


Fonte/Foto: Assessoria Amatra 5 - 22/2/2015