Por Thiago Martins (*)
Depois do Outubro Rosa, período dedicado à conscientização da mulher no combate ao Câncer de Mama, inicia-se a campanha Novembro Azul. Campanha surgida primeiramente na Austrália em 2003, com o intuito de conscientizar a população masculina sobre o câncer de próstata, aproveitando que no mês de novembro são comemorados o dia mundial de combate a essa doença (17 de novembro) e o dia internacional do homem (19 de novembro).
O câncer de próstata é o câncer mais frequente no sexo masculino, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Estatísticas apontam que a cada seis homens, um é portador da doença. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima-se que aproximadamente 69 mil novos casos sejam diagnosticados no Brasil em 2015. Os principais fatores de risco são idade (cerca de 62% dos casos são a partir dos 65 anos), história familiar, raça (maior incidência em negros), dieta rica em gordura animal e pobre em frutas e verduras, sedentarismo e obesidade.
Devido a sua proximidade com a bexiga e também com a uretra (canal que atravessa a próstata e o pênis, levando à micção: dificuldade para urinar, jato urinário fraco, vontade de urinar com urgência, aumento da frequência urinária durante a noite. Porém, em fases iniciais, o tumor de próstata não produz sintomas, crescendo de forma silenciosa, surgindo os sintomas apenas em fases mais avançadas, diminuindo muito as chances de cura. Por essa razão, a importância de o homem procurar orientação médica e realizar os exames de rastreamento com periodicidade.
Esses exames são o toque retal e o exame de sangue chamado PSA (Antígeno Prostático Específico), uma proteína que a próstata produz e se eleva muito nos casos de câncer. Como a próstata fica na frente do reto, o médico consegue com o toque retal palpar a face posterior da próstata e descobrir eventuais nódulos. Importante destacar que esses exames são complementares e um não substitui o outro. Cerca de 10 a 20% dos casos não são detectados pela dosagem de PSA e cerca de 35% não são detectados pelo toque retal. Fazendo os 2 exames juntos, a probabilidade de não detectar cai para 8%.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens a partir de 50 anos procurem seu urologista para discutir a prática e realização desses exames. Aqueles homens com maior risco (principalmente história familiar e raça negra), devem procurar o urologista a partir dos 45 anos. A periodicidade desses exames vai depender de cada caso
(*) Médico clínico oncologista do TRT5-BA
Secom TRT5 - 2/11/2015