Ator baiano Wagner Moura é nomeado Embaixador da OIT

foto: OIT

A diretora de Comunicação da OIT no Brasil, Márcia Poole, entregou o certificado ao ator

 

O ator baiano Wagner Moura é o mais novo Embaixador da Boa Vontade da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para questões relacionadas ao trabalho forçado, o que inclui o tráfico de pessoas e o trabalho análogo ao escravo. O certificado oficializando a concessão do título foi entregue ao ator no último dia 31/8 pela diretora de Comunicação da OIT, Márcia Poole, que veio ao Brasil para entregar o documento ao ator brasileiro e realizar uma reunião de trabalho para discutir a participação do ator na ''50 For Freedom'', a nova campanha global da organização para acabar com a escravidão moderna.

 

O ator colabora com a OIT desde 2013, quando apoiou a campanha Cartão Vermelho contra o trabalho infantil. O combate ao trabalho forçado é uma causa pela qual Wagner já batalha há muito tempo: ''A escravidão moderna é o mais primitivo dos desrespeitos ao direito da pessoa. É algo que me toca profundamente, porque eu cresci no interior do Brasil e vi por mim mesmo como a pobreza força as pessoas a trabalharem em condições de exploração, de abuso. É por isso que eu venho militando com meus companheiros do MHUD, especialmente o Padre Ricardo Rezende, ou em parceria com lideranças políticas sensíveis ao assunto para pressionar por leis e ações concretas para combater o trabalho forçado'', afirmou o ator.

 

Para a Diretora de Comunicação da OIT, Márcia Poole, Wagner é um importante reforço para defender esta causa junto à OIT, pois pode passar a mensagem para aqueles com o poder de mudar a situação e se conectar com as pessoas, especialmente os jovens. ''Ele tem uma grande reputação como militante pelos direitos humanos no Brasil e seu perfil também está crescendo a nível internacional'', lembrou Poole. ''O trabalho escravo está ao nosso redor, em países ricos e pobres, e todos nós podemos e devemos fazer a nossa parte para acabar de uma vez por todas com a escravidão moderna''.

 

CAMPANHA - Lançada em junho último durante a Conferência Internacional do Trabalho (CIT) em Genebra, a campanha ''50 For Freedom'' tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o trabalho forçado e mobilizar o apoio do público para conseguir com que pelo menos 50 países ratifiquem, até 2018, o Protocolo à Convenção sobre o Trabalho Forçado de 1930. O Protocolo é um novo instrumento internacional que foi adotado pela CIT em 2014 e dá um novo impulso à luta global contra o trabalho forçado, incluindo o tráfico de pessoas e as práticas análogas à escravidão. Além de exigir que os países tomem medidas extras para combater a escravidão moderna, o Protocolo também pede que os governos invistam em ações para ajudar as vítimas a retomarem suas vidas.

 

O lançamento da campanha foi realizado pelo Prêmio Nobel da Paz de 2014, Kailash Satyarthi, e pelo Diretor-Geral da OIT, Guy Ryder, durante um evento na sala do Conselho de Direitos Humanos na sede da ONU em Genebra. Satyarthi e Ryder inauguraram um painel com milhares de assinaturas apoiando o fim da escravidão moderna, incluindo as do Presidente da França, François Hollande, do Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, e do Ministro do Trabalho do Níger, Salissou Ada. O Níger foi o primeiro país a ratificar o Protocolo.

 

Fonte: OIT Brasil - 15/9/2015