O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5-BA), desembargador Valtércio de Oliveira, participou na última quarta-feira (9/9), de um almoço promovido pelo provedor da Casa Pia e Colégio de Órfãos de São Joaquim, Otávio Tourinho Dantas, quando conheceu de perto e ofereceu apoio ao trabalho desenvolvido por aquela instituição. O encontro, idealizado pelo procurador da Casa Pia, João Dantas Neto, aconteceu na sede da entidade, em Água de Meninos, e contou com a participação de importantes personalidades do mundo jurídico, como o ministro do TST Horácio Pires, o desembargador Jorge Nova Moreira, ex-presidente do TRT-AL, e o juiz de Direito Ivanilton Silva, do TJ-BA, entre outros.
 
 
O provedor e o tesoureiro da Casa Pia, José Carlos Travessa, detalharam as ações da instituição, que tem 216 anos de existência e aplica um modelo educacional baseado em valores de respeito à natureza e aprendizado pelo trabalho, incluindo o cultivo de horta, arte e outras atividades. A entidade, que sobrevive de convênios com órgãos públicos e particulares, doações da população em geral e dos feirantes, garante a 2.223 alunos do ensino fundamental, a maioria carentes, o estudo em período integral, quatro refeições diárias e material escolar.
 
 
Após a exposição, o presidente do TRT5 se comprometeu a ajudar no que for possível para que a Casa Pia obtenha, junto à bancada baiana no Congresso Nacional, emendas individuais e de bancada que a ajudem a realizar os seus projetos. O magistrado explicou que o Tribunal tem se beneficiado desse tipo de interlocução de forma significativa. Ele também se colocou à disposição para ajudar em quaisquer outras iniciativas. Já o juiz Gilmar Carneiro, auxiliar da Presidência do TRT5, e a juíza Rosemeire Fernandes, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região, também presentes, sugeriram uma ação para que os juízes do TRT5 direcionem ao Colégio de Órfãos verbas de indenização em ações civis públicas.
 
 
Também resultou da aproximação o compromisso do Tribunal de doar à Casa Pia equipamentos que sejam considerados inservíveis para seu uso, como computadores desatualizados. O tesoureiro Carlos Travessa explicou que este material é considerado de muita valia para o ensino de informática que a instituição pretende desenvolver. O desembargador Valtércio de Oliveira, declarou, ao final, "Estou encantado com a magnitude deste projeto. Educação é essencial para que o Brasil saia do estado de miserabilidade, e é tão prioritária como a saúde, pois pela educação as pessoas adquirem hábitos essenciais para as suas vidas". Também estiveram presentes no almoço o diretor-geral do TRT5, Tarcísio Filgueiras, o juiz classista Mário Brito, aposentado do TRT-BA, os advogados Ricardo de Almeida Dantas, José Roberto Burgos Freire e Marcus Villa Costa.
 
 
HISTÓRIA - A história da Casa Pia começou a ser escrita em 1799, quando Joaquim Francisco do Livramento, o irmão Joaquim, nascido em Santa Catarina, começou a arrecadar fundos para a criação de um colégio para órfãos pobres. Em 1825, os órfãos foram transferidos para o antigo Seminário da Anunciada da Jequitaia. Durante décadas, a instituição formou profissionais em diversas áreas, como cabeleireiros, alfaiates, pintores, carpinteiros, padeiros, e muitos deles tiveram destaque na sociedade baiana ou projeção nacional. A instituição funciona em um prédio amplo, com extensa área verde, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Secom TRT5 (Franklin Carvalho, com foto de Sandro Chagas) - 10/9/2015