Negligência na manutenção de equipamentos, falta de treinamento e descaso são os principais fatores que provocam acidentes de trabalho entre os rodoviários. As responsabilidades e as medidas que podem ajudar na prevenção serão destacadas pela desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5) Léa Nunes, gestora regional do Programa Trabalho Seguro, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), e pelos juízes do TRT5 Agenor Calazans, Gilmar Carneiro e Rosemeire Fernandes,durante o "Seminário Trabalho Seguro - Condições de Trabalho dos Trabalhadores Rodoviários do Estado da Bahia", que será realizado no dia 20 de março. A programação do evento vai das 8 às 17 horas (para ver o roteiro completo, clique no ícone de download) no auditório da Fundacentro, na Rua Alceu Amoroso Lima, 142, no Caminhos das Árvores, em Salvador.
No que diz respeito aos motoristas, a condição de trabalho pode interferir no estado psicofisiológico, traduzindo-se em irritabilidade (que pode levar a um comportamento agressivo na direção), insônia (podendo resultar em sonolência nas horas de trabalho, diminuindo os reflexos) e, em especial, distúrbios na atenção (fator essencial para a direção segura). Geralmente, as fontes de estresse são os engarrafamentos, a falta de sanitários e disposição de equipamentos, como assento, câmbio de marchas, volante e posição do motor.
O uso de medicação também constitui um fator que pode interferir na atividade do motorista. Muitos dos medicamentos para dores, por exemplo, podem causar sonolência e deixar mais lentos os reflexos. Pesquisas mostram que 40% dos motoristas de ônibus usam medicamentos para dores. O uso de drogas tem se tornado uma ameaça em todas as categorias profissionais, em todos os escalões. Estudos realizados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicam que as principais ocorrências de acidente envolvendo veículos grandes acontecem no período da noite e com condutores suspeitos de terem feito uso de substâncias psicoativas.
A palestra será interativa com vídeos produzidos pelo TST sobre o assunto, cuja ideia central é a de que acidentes não podem fazer parte da rotina das empresas. Haverá debate sobre a prevenção na atividade rodoviária. "Acidentes do trabalho são previsíveis e podem ser evitados", afirma a desembargadora.
Secom TRT5 (Josemar Arlego) - 19/3/2015