Juíza usa técnicas de psicanálise em acordo entre irmãos gêmeos

 

O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5) inova cada vez mais nas soluções de processos trabalhistas. Uma dessas ferramentas é o uso de técnicas de psicanálise. Um grupo de juízes do TRT5 participa quinzenalmente de um ateliê ministrado pela psicanalista Mônica Veras, e como resultado, em uma audiência, a titular em exercício da 34ª Vara do Trabalho de Salvador, juíza Silvana Janott, conseguiu resolver um acordo entre irmãos gêmeos usando técnicas da psicanálise.

 

Um irmão trabalhava para o outro, que, por sua vez, não reconheceu o vínculo de emprego. Depois de 40 minutos de audiência, iniciada sem ânimo de acordo e em circunstâncias emocionais delicadas, os irmãos chegaram a uma conciliação no processo e a uma reconciliação familiar. As competências desenvolvidas no Ateliê ajudam a perceber a lide subliminar à lide trabalhista e o ponto de entrave que impede a conciliação, facilitando a atuação do juiz na mediação.

 

"A psicanálise ajuda a otimizar e desenvolver a capacidade de escuta. Ela é muito importante na conciliação, pois o juiz ouve as partes e consegue perceber que, em determinados processos, não existe apenas uma questão trabalhista, existe um fundo que envolve conflitos sociais e pessoais, que é o grande ponto de entrave, que impede a conciliação. As habilidades da psicanálise auxiliam a fazer essa escuta e a percebê-la subliminarmente, para que ele possa destravar aquela lide, usando a conciliação", explicou a juíza.

 

Como se tratava de um caso entre familiares, a juíza destacou a conscientização para que o caso pudesse se resolver. "Despertamos para uma chamada na consciência, principalmente em relações familiares e em casos de empregados domésticos que têm laços com a família", explicou a juíza sobre o acordo firmado pelos gêmeos, que resolveram o processo e ainda voltaram a ser amigos, marcando um churrasco para comemorar o que foi negociado.

 

Secom TRT5 (Josemar Arlego/Joaquim Castro) - 29/9/2014