Acessibilidade: servidores simulam dificuldades em ambiente de trabalho

 

Os servidores da Justiça do Trabalho que atuam no Fórum do Comércio vivenciaram, na manhã da última quinta-feira (28/11), um processo de readaptação ao seu ambiente de trabalho, utilizando, por alguns minutos, venda nos olhos e uma bengala, ou uma cadeira de rodas. O propósito da atividade realizada pelo Comitê de Acessibilidade do TRT5 foi fazê-los reconhecer as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiências. O exercício, chamado de "vivência de imersão", se insere nos preparativos para o Seminário Acessibilidade: Novas tendências e desafios no 3° milênio, que será realizado no auditório do Tribunal Pleno, em Nazaré, no próximo dia 3/11.

 

A vivência, que tem o objetivo de conscientizar e eliminar preconceitos e estereótipos, já ocorreu no Edifício Presidente Médici, a sede administrativa do Tribunal, no último dia 26. No Comércio, a experiência aconteceu no Térreo, no 2º, 3º, 5º e 10º andares. A Administração do Fórum e a Segurança deram apoio durante toda a atividade, facilitando o acesso aos elevadores e acompanhando a movimentação das cadeiras de rodas. Veja os depoimentos de alguns dos participantes:

 

 

Karla Ventim, da 28ª Vara (usou venda nos olhos) - Relatou que sentiu dificuldade na espera do elevador por não ouvir nenhuma sinalização. Também foi difícil se orientar após a saída do elevador, até a chegada da secretaria, por inexistir sinalização.

 

Ismar Luis Mascarenhas, do Protocolo de 1ª Instância (usou cadeira de rodas) - Achou a experiência muito válida, gostou da alternativa que a Comissão proporcionou. Percebeu as dificuldades e passou a entender melhor a vida de pessoas com deficiência.

 

Graça Maria Fraga, da Central de Mandados (usou venda nos olhos) - "É interessante experimentar o mundo do outro, perceber como é que o outro sente".

 

Eli Joaquina, da Central de Mandados (usou cadeira de rodas) - Fez o percurso até a saída, inclusive pela calçada. Não conseguiu chegar até a agência do Banco do Brasil, por causa da irregularidade da calçada.

 

Edinorá Andrade, do Protocolo de 1ª Instância (usou venda nos olhos) - do Protocolo de 1ª Instância (usou venda nos olhos) -  Sentiu medo de bater a cabeça; insegurança no momento de subir os degraus da escada da entrada do prédio, precisou se apoiar em alguém. Sentiu suor durante a vivência.

 

 

Eliene Almeida Lago, da Assistência Social (usou venda nos olhos e a cadeira de rodas) - Com a venda, disse que sentiu "insegurança total, medo de cair e de se bater nas pessoas. Perdemos totalmente o senso de direção". Com a cadeira, não conseguiu subir a rampa localizada na saída localizada na Avenida Estados Unidos.

 

Viviane Laert Sampaio, da 36ª Vara (usou cadeira de rodas) - "Quando você está sentado na cadeira de rodas, sente-se menor, por não estar no mesmo nível das pessoas".

 

Marcelino de Almeida Santos, da 36ª Vara (usou cadeira de rodas) - Relatou a dificuldade de transitar em alguns lugares da Vara. Passar pelo balcão foi muito difícil e em alguns espaços entre as mesas. Se apresentou inclusive na sala de audiência, onde foi bem recebido pelo juiz Washington Gutemberg Pires Ribeiro e partes.

 

Carol Machado de carvalho, da 36ª Vara (usou venda nos olhos) – "Todo mundo deveria experimentar, pelo menos uma vez". Quando estava com a venda nos olhos se sentiu "como se estivesse incomodando as pessoas".

 


Luci Maria dos Santos, da 19ª Vara (usou venda nos olhos) - Teve dificuldades para se orientar ao transitar entre as carteiras da Vara. Ao ser convocada para atender chamada telefônica com os olhos vendados, sentiu-se "perdida, como se não pudesse atender ao telefone".

 

Olívio José de Castro, da 10ª Vara (usou venda nos olhos e cadeira de rodas) - Informou que usou muito a memória que já possui do espaço físico, mas sentiu dificuldade para se movimentar.


Secom TRT5 - 29/11/2013