A única alternativa para a promoção da saúde e a prevenção do adoecimento - inclusive o mental -  é conhecer o cotidiano do trabalho e estimular a comunicação entre os pares. Esta foi a sugestão dada pela médica do trabalho, Rita Fernandes, professora-doutora do Departamento de Medicina Preventiva da UFBA, ao apresentar a palestra Prevenindo o adoecimento e promovendo a saúde da magistratura no trabalho, na manhã desta quarta-feira, dia 21, na 1ª Semana Institucional do TRT5, realizada do auditório do Pleno, em Nazaré.

A médica apresentou aos cerca de 90 magistrados presentes uma análise ergonômica das condições de trabalho realizada pelo Comitê de Saúde do Trabalhador do TRT5 (CSTrab) nas 39 Varas do Trabalho de Salvador, sob sua coordenação, dando ênfase na sua fala à questão da saúde dos juízes. Por esse estudo, foram detectados, por exemplo, os principais fatores de risco para o adoecimento: alta carga de trabalho quantitativa (demanda psicológica) e as demandas cognitivas, que são a organização do trabalho, o baixo suporte social, os conflitos interpessoais e o alto grau de responsabilidade.

"Os juízes trabalhistas têm o litígio como ofício, e isso é um fator de risco, pois lidam com o conflito no dia a dia", comentou a palestrante. Para a médica, conhecer o trabalho e poder fazer as mudanças necessárias são os principais fatores de proteção à saúde mental. "Há uma prevalência altíssima de sofrimento psíquico entre os juízes, por isso é preciso uma mudança de atitude e comportamento", indica ela.

Rita Fernandes apresentou o caminho para enfrentar o desafio: os magistrados devem sair da atuação isolada, buscando cada vez mais a troca de conhecimento entre os pares; devem incorporar a prática do planejamento estratégico, adotando a constante avaliação do que foi feito para fazer ajustes; e ainda transformar o local de trabalho em uma organização de aprendizagem.

Ascom TRT5 (Solange Galvão) - 21.11.2012