MPT na Escola leva combate ao trabalho infantil para escolas baianas

 

O trabalho infantil será tema das tarefas escolares em Salvador e outros dez municípios da Região Metropolitana (RMS) e Recôncavo. Os coordenadores e professores municipais estão sendo capacitados para estimular a consciência crítica dos alunos sobre o assunto, através de literatura, música, artes visuais e teatro. Para facilitar a abordagem, clipes, dvds e publicações lúdicas, como a cartilha "Brincar, Estudar, Viver... Trabalhar só quando Crescer". A iniciativa é parte do projeto MPT na Escola, que vem sendo desenvolvido simultaneamente pelo Ministério Público do Trabalho em todos os estados brasileiros.

 

Na Bahia, o projeto é capitaneado pelas procuradoras do MPT Sandra Faustino e Adriana Campelo, respectivamente coordenadora e vice-coordenadora regionais da Coordinfância - Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente. A primeira etapa incluiu, além da capital baiana, os municípios de Lauro de Freitas, Camaçari, Mata de São João, Madre de Deus, Saubara, Santo Amaro, Dias D'Ávila, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Simões Filho.

 

Na última sexta-feira (5/março), mais de 80 educadores (foto) participaram da oficina de formação realizada no auditório do Tribunal Regional do Trabalho (TRT5). Os professores da Uneb Anaildes Pereira de Almeida e Eduardo Nunes conduziram debates sobre os prejuízos do trabalho infantil e a importância de uma educação integral, base do desenvolvimento sustentável. "Ser ético é não prejudicar a felicidade do outro; o trabalho infantil é um ato antiético e criminoso", sintetizou a professora Anaildes.

 

Após apresentar experiências que vêm sendo desenvolvidas no Incuba, Núcleo de Incubadora de Empreendimentos Econômicos e de Economia Solidária da Uneb, o professor Eduardo Nunes reafirmou a parceria da universidade com o projeto MPT na Escola. "O Departamento de Educação da Uneb tem claro interesse em acompanhar a aplicação do projeto, com propostas e envolvendo professores, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação", ressaltou.

 

A importância de vivenciar a infância, com jogos e brincadeiras, também foi destacada pela psicóloga Flávia Lopes durante a capacitação. "A partir da brincadeira a criança vai internalizar de que forma vai se posicionar na sociedade, criar modelos e valores para a vida adulta", explicou a psicóloga, lembrando que isso acontece especialmente no processo de escolarização da criança. 

 

Ainda, o comprometimento das condições de saúde do futuro adulto diante do enfrentamento precoce no mundo do trabalho foi explicado pelo médico e auditor do trabalho Gerson Estrela. Em seguimento, a assistente social Simone Miranda, subcoordenadora de proteção especial da Setad, fez uma explanação sobre exploração sexual, alertando para a "absoluta prioridade para a efetivação dos direitos da criança e do adolescente".

 

MPT NA ESCOLA - O projeto consiste num conjunto de ações voltadas para a promoção de debates nas escolas de ensino fundamental, de temas relativos aos direitos da criança e do adolescente, especialmente a erradicação do trabalho infantil e a proteção ao trabalhador adolescente. Os alunos do ensino fundamental público serão estimulados a conhecer e combater a realidade perversa. Para apoiar a iniciativa, foram produzidas 250 mil cartilhas e material pedagógico destinado aos estudantes, além de 25 mil boletins e 10 mil cartazes.

 

A cartilha "Brincar, Estudar, Viver... Trabalhar só quando Crescer" está sendo entregue para dividir espaço com livros nas mochilas e bibliotecas. Professores e coordenadores pedagógicos são capacitados para atuar como multiplicadores e produzir tarefas escolares com o tema. A divulgação dos resultados do projeto em todo o território nacional ocorrerá no dia 12 de Junho de 2010, data alusiva ao Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil.

 

Fonte: Ascom da PRT5 - 08/03/2010 (foto: Ascom TRT5)
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