Dia da mulher é de reflexão no TRT5

A desembargadora vê dificuldades para as mulheres, mas é otimista

 

Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região homenageia magistradas e servidoras com algumas reportagens que mostram o trabalho delas e contam um pouco de suas vidas.

 

Um levantamento do Serviço de Pessoal indica o avanço das mulheres no quadro profissional do TRT5: dos 29 cargos de desembargador, elas ocupam 17 - 10 são ocupados por homens e 2 estão vagos. Na primeira instância, entre titulares e substitutos, são 110 juízas para 74 juízes. Somente entre servidores a presença feminina é relativamente menor: 908 para 912 homens. No geral, 50,5% dos profissionais da casa são mulheres, muitas delas em cargos de chefia, o que inspira a reflexão com a passagem do Dia Internacional da Mulher.

 

Na mesa diretora, elas ocupam a Vice-Presidência e a Vice-Corregedoria, respectivamente representadas pelas desembargadoras Ana Lúcia Bezerra e Maria das Graças Laranjeira. Esta última foi eleita para o cargo no último dia 3 de março, numa sessão do Pleno, quando também tomou posse. Com menos de uma semana no cargo, a magistrada ainda atua em processos que a acompanharam desde a Segunda Turma, mas já faz planos para melhorar o trabalho da correição.

 

Vale a pena - A ocupação de cargos de destaque pelas mulheres ainda causa surpresa, pois é muito recente. A desembargadora Graça Laranjeira lembra que quando terminou o curso pedagógico e pretendeu fazer a faculdade, enfrentou certo conservadorismo, pois predominava a idéia de que mulher era feita para casar. E se casasse, não ficava bem freqüentar a universidade. Mesmo assim, ela persistiu, tornou-se funcionária do TRT5 em 1973 e, em 1976, iniciou o curso de Direito pela Universidade Católica do Salvador, vindo a se formar em 1980.

 

"Era um tempo difícil, eu tinha que dividir o meu tempo entre trabalho, família e faculdade, estudar com menino no colo", lembra-se sorridente. Para compensar, ela recebeu o apoio de colegas e de magistrados do TRT, principalmente do juiz Hylo Gurgel, com quem trabalhava.

 

A magistrada, no entanto, reconhece as dificuldades das mulheres para conquistar o mercado de trabalho. "A mulher leva consigo as tarefas pertinentes à família e à casa. Os homens deixam isso atrás da porta quando saem para o trabalho", diz ela. Mas, com otimismo, Graça Laranjeira incentiva a coragem feminina: "A vida sempre está premiando aquele ou aquela que luta pelos seus ideais".

 

(Ascom TRT5 - 07.03.2008)