A política institucional de saúde, com ênfase em ações de vigilância e promoção da qualidade de vida,  uma iniciativa da administração do TRT5, mostrou-se adequada ao interesse dos trabalhadores da casa e tecnicamente eficiente. Daí recomendar-se a persistência do modelo e o envolvimento dos diversos agentes da comunidade do Regional para que, além de uma decisão da Presidência, se transforme em uma cultura incorporada em todas as instâncias de gerenciamento.

Este ponto de vista foi expresso ontem à tarde ao presidente do Tribunal, desembargador Roberto Pessoa, pelo diretor adjunto do Serviço de Saúde do TRT5, José Sestelo, no relatório que resume a participação do Serviço no I Seminário Sobre Qualidade de Vida e Saúde do Servidor do Judiciário Baiano, promovido pelo Tribunal de Justiça da Bahia no final de abril.
O modelo de atuação institucional apresentado pelo Regional, explicou José Sestelo,  foi considerado no evento uma referência para estruturação de outros serviços de saúde no judiciário. "Além do mais, pôde-se notar que nós estamos em dia com o que há de mais atual na prevenção do adoecimento por motivos ocupacionais". O diretor também falou que a política de readaptação funcional adotada pela Corte Trabalhista valoriza cada trabalhador para o desenvolvimento da instituição e do próprio indivíduo.

No seminário do TJ, o diretor adjunto compôs a mesa redonda sobre Atuações Institucionais no Adoecimento do Judiciário, juntamente com o professor da USP Herval Pina, autor do livro O Juiz sem a Toga, e de representantes da equipe de saúde da Procuradoria Estadual. A apresentação do TRT5 foi pautada na descrição do modelo de atuação institucional com foco em vigilância e saúde do trabalhador (VISAT). Foi descrita a experiência de capacitação da equipe no próprio ambiente de trabalho, em uma dinâmica participativa, com apoio da Presidência e da Secretaria de RH. Dois exemplos foram citados, o estudo epidemiológico sobre hipertensão e fatores associados nos trabalhadores da capital e o estudo qualitativo sobre as condições do ambiente de trabalho nas Varas de salvador.

José Sestelo lembrou a advertência do representante da Procuradoria, sobre a tendência no aumento de ações contra o estado em decorrência de adoecimento no local de trabalho, além dos gastos da União com o crescimento no número de aposentadorias por invalidez nos últimos cinco anos. O Ministério Público estadual informou que, dentre as categorias profissionais identificadas como críticas na questão do adoecimento em decorrência da atividade de trabalho estão o magistério, o judiciário e a informática. Herval Pina - cujo livro autografado foi entregue ontem à tarde ao presidente Roberto Pessoa - falou da necessidade de que cada instituição cultive uma visão crítica acerca do seu próprio modelo de atenção à saúde do trabalhador, fazendo adaptações adequadas e perseguindo metas ao longo do tempo.

Brasília - Os médicos Gil Freire, Hildérico Caldas e Márcia Lerner, do TRT5, estão em Brasília onde participam, desde ontem até a próxima sexta, dia 11, do I Congresso Brasileiro dos Serviços de Saúde do Poder Judiciário, promovido pelo Conselho da Justiça Federal. No evento, além da troca de experiências entre os órgãos presentes, há a perspectiva de se buscar um padrão de abordagem para ocorrências médicas capazes de ensejar aposentadoria ou ter outras repercussões legais.