Acervo do Memorial já é alvo de pesquisas

 

O acervo que está sendo catalogado e restaurado pela equipe encarregada de criar o Memorial do TRT5 já tem sido utilizado para importantes estudos acadêmicos. "O advogado Frank J. Luce, da York University, de Toronto, Canadá, e Antônio Luigi Negro, professor da Universidade Federal da Bahia, vêm recorrendo aos documentos que separamos", informou ontem a museóloga e doutora em História, Maria das Graças de Souza Teixeira ao presidente do TRT5, desembargador Roberto Pessoa. As informações de Teixeira, que é coordenadora técnica dos trabalhos do Memorial, foram passadas durante visita do presidente ao local em que se realizam as atividades, no Fórum Ministro Coqueijo Costa, em Nazaré.


Satisfeito com a informação, o presidente ressaltou que a idealização desse projeto tem exatamente a finalidade de resgatar a história da Justiça e do Direito do Trabalho na Bahia para a comunidade. "Daí nós termos confiado a tarefa de organizar todo esse acervo a profissionais com o embasamento científico necessário", destacou o presidente, agradecendo ao empenho da equipe.


A visita foi acompanhada pelo desembargador Raymundo Figueirôa, coordenador institucional do Memorial, cujo conhecimento sobre os personagens e a história do TRT5 tem sido fundamental para a realização dos trabalhos. Um levantamento específico sobre o Ministro Carlos Coqueijo Costa, uma das personalidades que terá destaque no Memorial, tem contado também com a participação da historiadora Tereza Aragão, com larga experiência em estudos biográficos (um deles serviu de embasamento para livro sobre o jurista Orlando Gomes). 


AMPLIAÇÃO - Diante da riqueza do material encontrado pela equipe do Memorial, o projeto acabou sendo ampliado, tanto em termos de conteúdo como no que se refere à área física de exposição - além do mezanino e do hall de entrada do Fórum Ministro Coqueijo Costa, o Memorial ocupará também o espaço que hoje é utilizado pelo Pleninho.


"Tudo será feito com estruturas dinâmicas, de forma que possam ser readaptadas em qualquer outro espaço", destacou Maria das Graças, lembrando que estão previstas exposições itinerantes do acervo. A encarregada do projeto arquitetônico é Vilena Bastos Leahy, do Departamento de Obras do TRT5.


INAUGURAÇÃO - Por conta da ampliação do Memorial, a data de inauguração, que inicialmente estava prevista para 1º de maio, foi prorrogada. "Nosso cronograma prevê a abertura para o público entre os dias 7 e 9 de agosto", informou Maria das Graças.


A museóloga Maria das Graças explica que atualmente, além do levantamento do acervo, está sendo feito um criterioso e delicado trabalho de higienização das peças. "A retirada de etiquetas encontradas no verso de algumas fotos, o que acabaria comprometendo a qualidade delas, por exemplo, é feita com água deionizada", exemplifica.


Outra museóloga envolvida no trabalho, Lívia Maria Baêta da Silva, demonstrou como é feita a higienização prévia de alguns papéis destinados à restauração, com borracha moída. "Se a borracha não fosse moída, os papéis acabariam rasgando porque têm um nível de acidez muito elevado", explicou. Um dos restauradores que trabalhará no projeto é Renato Carvalho. Caberá a ele reconstituir, por exemplo, um processo de 1948, que trata de uma greve de tecelões.