Reflexões sobre diferenças de gênero marcam Dia da Mulher no TRT da Bahia

Conhecer as particularidades de cada gênero e compreendê-las visando à complementaridade é a melhor maneira de facilitar a comunicação entre homens e mulheres. A sugestão foi dada pela psicanalista Kleyde Mendes Lopes na palestra "O feminino em diálogo com o masculino", promovida pelo Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT5-BA) na manhã desta quarta-feira (8), no Fórum do Comércio, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O evento teve o patrocínio da Caixa Econômica e do Governo Federal e, entre os presentes, estavam magistrados, servidores, advogados e representantes de entidades de classe.

Interagindo com os presentes, a psicanalista discorreu sobre as características de cada indivíduo a partir da genética, falou sobre os sentidos que predominam em cada gênero e a influência do ambiente – seja ele de trabalho, familiar, etc. – e das emoções para explicar as diferenças no modo que homens e mulheres se comunicam. "Embora a experiência comprove que os homens sejam mais visuais e as mulheres mais auditivas, ambos são sinestésicos, ou seja, são receptivos a sensações, expressam emoções e, portanto, podem contribuir para a boa comunicação", afirmou Kleyde Lopes, ao concluir que o foco deve ser como cada um pode contribuir com suas potencialidades e não determinar quem melhor se comunica.

FEMINISMO X FEMININO - Ao abrir o evento, a presidente do TRT5-BA, desembargadora Maria Adna Aguiar, falou do empoderamento da mulher e a conquista de novos espaços, sobretudo no Judiciário, um ramo originalmente masculino. "Nós somos o poder", afirmou a presidente, referindo-se à maioria feminina, não apenas na plateia mas também ocupando espaços de direção no TRT baiano. "Justamente por isso mesmo devemos buscar o equilíbrio nas relações com o masculino", complementou, ao defender a temática escolhida para o evento.

Para a desembargadora, embora o feminismo seja uma das principais bandeiras quando se discute o papel da mulher na sociedade, sobretudo nesta data especial, não devemos esquecer do feminino, ou seja, das características que definem o jeito de ser da mulher. "A luta pelo respeito à diferença, pela dignidade, não é só das mulheres. É de todos!", afirmou.

O gerente-geral da Caixa Econômica Federal, José Pereira, também fez uso da palavra parabenizando todas as mulheres pelo seu dia. Além dele, a gerente da agência que funciona no TRT, Patrícia Oliveira, também marcou presença representando a instituição financeira que patrocinou o evento.

Ao final da palestra, a psicanalista abriu espaço para debate e respondeu a perguntas dos participantes, com a mediação da jornalista Denny Fingergut. Após a palestra, como parte das comemorações pelo Dia da Mulher, os convidados foram recebidos em um Brunch, um buffet que mesclou pratos e alimentos do café da manhã e do almoço.

PALESTRANTE - Kleyde Mendes Lopes é palestrante, conferencista, médica psiquiatra e clínica geral, psicanalista clínica e didata, psicoterapeuta, bióloga, geneticista, sexóloga; programadora neurolinguista (Master) e professora universitária. Estudou na União Nacional dos Analistas Transacionais (UNAT); formou-se em Psicanálise - Latu Sensu / Didata na Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil (SPOB); formou-se em Biologia com especialização em Genética / Sexologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na instituição de ensino PRÓ-VIDA.

A médica é autora de doze livros, dentre os quais Loucuras Curáveis - Uma Luz para a Cura da Esquizofrenia e Genética (científicos), A Arte de Amar-te; Amando Sempre; Esperanças; A Luz do Sol; Outros Caminhos e Mimos do Céu (poesias); O Olodum do Pelourinho (História) e Doce Sertão (crônicas).

DIA DA MULHER – celebrado mundialmente no dia 8 de março, a data é uma alusão ao trágico incidente ocorrido nos EUA, na cidade de Nova Iorque, onde, em 1857, 130 operárias de uma fábrica de tecidos, após entrarem em greve, foram trancadas dentro da fábrica, que incendiada, veio causar a morte de todas elas.

O que se postulava, então, não era nada mais, nada menos, do que a redução na carga diária de trabalho, que era de 16 para 10 horas. Equiparação salarial aos homens, uma vez que ganhavam um terço do salário destes, embora executando o mesmo tipo de trabalho, e tratamento digno e respeitoso dentro do ambiente de trabalho.

De lá para cá, a luta das mulheres não cessou e, em 1975, através de decreto da Organização das Nações Unidas, a data veio a se tornar oficial, consagrando-se como o Dia Internacional da Mulher.

Secom TRT5-BA (Lázaro Britto) - 8/3/2016