Atualmente, passamos por um período de transformação digital. Documentos, antes produzidos e tramitados em suporte papel, hoje, já nascem digitais, produzidos/criados a partir de sistemas informatizados. São os chamados documentos nato-digitais, como é o caso dos processos judiciais eletrônicos, que nascem no sistema PJe ou documentos produzidos em sistemas administrativos, como o SEI ou o Proad. 

Nesse período de transição, também é muito encontrado o documento que nasceu físico, geralmente em papel, porém, em virtude da necessidade de tramitação em meio digital, é digitalizado e inserido num sistema para continuação do seu ciclo de vida. Este é chamado de documento digitalizado e possui seu ciclo de vida desenvolvida parte em meio analógico (papel) e parte em meio digital, necessitando de uma gestão híbrida. 

Independente de qual seja o meio onde se encontrem os documentos, nos dois casos, é necessário fazer a gestão arquivística desta documentação digital.

Plataforma AtoM (“Access to Memory”)

A Plataforma AtoM (“Access to Memory”) é um software livre de gerenciamento de informações arquivísticas, que possibilita aos usuários acesso e difusão do acervo, com segurança, contribuindo para a promoção da transparência. Esta plataforma segue requisitos estabelecidos em normas nacionais e internacionais, tendo sido recomendada pelo Comitê do Proname, por meio da Orientação CNJ nº 06/2016, que sugeriu a adoção do AtoM ou software com características semelhantes, pelos integrantes do Poder Judiciário. O objetivo é a descrição arquivística de documentos de valor histórico, em razão da facilidade na troca e no compartilhamento de informações padronizadas entre os órgãos do Poder Judiciário e, principalmente, entre pesquisadores e usuários externos.