Deficientes auditivos comemoram seu dia e lutam por dignidade

 

A comunidade surda no país comemora no dia 26 de setembro o Dia Nacional do Deficiente Auditivo. Nessa data, são relembradas e comemoradas as lutas por mais bem-estar, dignidade e cidadania para os surdos. Também é uma chamada à reflexão sobre a inclusão das pessoas com deficiência auditiva na sociedade brasileira, para que tenham seus direitos respeitados. A data foi escolhida por ser o dia da inauguração da primeira escola para surdos no Brasil, fundada no Rio de Janeiro em 1857 pelo professor francês Ernest Huet, que também era deficiente auditivo.

 

O TRT5  conta com  o trabalho de oito  pessoas com deficiência auditiva e um intérprete,  no setor de digitalização. Eles realizam o trabalho de conversão digital (escaneamento) de processos com recursos, todas contratadas por meio de um convênio com a Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos do Estado da Bahia (Apada-BA).

 

 

O chefe do setor de digitalização, Arlex Imbassahy Cruz, elogia o trabalho desenvolvido. ''Foi criada uma rotina de trabalho para adaptação da equipe, eles prestam muita atenção e alertam muitos erros que não vemos de imediato nos processos''. Disse, ainda, que  mesmo com os processos eletrônicos, mais de 90% dos processos vindos do interior ainda são em papel, e precisam ser digitalizados.

 

Em sua grande maioria, esses funcionários são a principal fonte de renda de suas casas ou ajudam nas despesas. A deficiente auditiva Taiane Ramos, 23 anos, diz não ter dificuldades com a rotina do trabalho, e afirma já ter desempenhado tarefas no setor administrativo de outra empresa e no estoque de uma loja de artigos esportivos de um shopping.

 

 

Atualmente, ela estuda administração na modalidade educação à distancia (EAD), esforçando-se para concluir o curso. ''Tenho facilidade em me adaptar nos empregos, o que me ajuda muito. Uso meu salário para pagar minha graduação, uma intérprete para dias de avaliação ou nos textos acadêmicos. Também ajudo em casa pois meu pai é aposentado e minha mãe que é dona de casa'', declarou Taiane.

 

A Apada-BA é uma entidade sem fins lucrativos com trabalho voltado para programas de educação, na qual são atendidas crianças e jovens com deficiência auditiva para acompanhamento psicossocial, psicopedagógico e encaminhamento fonoaudiológico. Também oferece cursos de Libras para profissionais, pessoas surdas e familiares, assim como cursos de capacitação profissional para jovens surdos e ouvintes com necessidades educacionais especiais. A entidade, fundada em julho de 1992, tem sede na Rua Ilhéus, no Parque Cruz Aguiar, no Rio Vermelho. 

 

Secom TRT5 - (Edilena Vasconcelos) - 26/9/2016