Trabalhadores acompanharam o desenrolar das audiências

Os operários da construção civil de Salvador e Região Metropolitana (RMS) mantêm a paralisação que hoje, dia 5, completa 10 dias. Não houve avanços nas duas audiências de conciliação do dissídio coletivo conduzidas nesta quarta-feira pelo desembargador-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT5), Paulino do Couto, e acompanhadas pela procuradora do Ministério Público do Trabalho, Carla Geovanna.

A paralisação dos trabalhadores de Camaçari e outros nove municípios vai ter julgamento de dissídio coletivo na próxima quarta, dia 12, às 14h, no auditório do TRT5, em Nazaré. Já os operários de Salvador, representados pelo Sintracon, tiveram audiência remarcada para amanhã, dia 6, ao meio-dia, no TRT5, uma solicitação feita por eles e pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), já que estão conseguindo alguns avanços nas negociações, segundo informou o advogado do Sintracon, Jorge Lima.

Ao chegarem para as audiências na manhã de hoje, ambos os sindicatos trabalhistas apresentavam proposta de reajuste linear de 9,5%, percentual superior ao proposto no dia anterior pelo Sinduscon: 8,5%, 7,5% e 6,5%, respectivamente, para os serventes (salário atual de R$ 395,00), ajudantes de prático (salário atual de R$ 426,00) e operário qualificado (que hoje recebe R$ 700,18).

Os trabalhadores de Salvador também querem avançar em outros itens além de salários, como bandejão para todos os trabalhadores, cesta básica e contrato de experiência reduzido de 90 para 30 dias. O sindicato patronal também negocia reposição e desconto dos dias parados. A greve atinge 90% das grandes obras de Salvador e Camaçari, num momento em que o setor está bem aquecido. Segundo informou o presidente do Sintracon, Raimundo Brito, nos últimos dois anos o setor cresceu 20% e há a previsão de crescer mais 20% somente neste ano. Ele calcula que na capital há mais de 30 mil operários empregados.

(ASCOM/TRT5 - 05.03.2008)