Grupo de 40 alunos fecha excursões do TJC ao Fórum do Comércio

A série de visitas de alunos participantes do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania ao Fórum Antônio Carlos Araújo de Oliveira foi encerrada com chave de ouro nesta terça-feira, 11. Entre os 40 estudantes de cinco escolas diferentes, o destaque ficou para a participação de nove alunos surdos do Colégio Estadual Ruy Barbosa.

 

A deficiência auditiva não inibiu o interesse do grupo, que pôde dialogar com as juízas Soraya Gesteira e Ana Cláudia Scavuzzi, servidores do TRT e funcionários da Amatra5 graças ao intermédio da profesora Letícia de Souza Magalhães Damasceno, que utilizou a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) e serviu de intérprete.

 

Além deles, estiveram representados os colégios Brigadeiro Gomes, Raphael Serravalle, Complexo Oscar Cordeiro e Visconde de Cayru. Os dois últimos já haviam participado das visitas realizadas nos dias 4 de novembro e 29 de outubro com alunos das escolas Henrique Brito e Góes Calmon, Manoel Vitorino e Senhor do Bonfim, que compõem o grupo de nove unidades de ensino vinculadas à edição 2008 do TJC em Salvador.  

 

Para esta quinta-feira, 13, e para a próxima terça, 18, estão previstas incursões pela sede da Procuradoria Regional do Trabalho (PRT), no Corredor da Vitória. A última etapa do programa, a culminância, está programada para o dia 16 de dezembro, no auditório do Instituto Anísio Teixeira.

 

Nesta última visita ao Fórum do TRT, no Comércio, os alunos foram divididos em três grupos para poder acompanhar audiências nas varas. O grupo de estudantes surdos do Ruy Barbosa assistiu a uma sessão na 27ª Vara presidida pela juíza substituta Ingrid Boness. Conheceram ainda o gabinete da juíza, o balcão de atendimento e foram apresentados aos funcionários.

 

Os estudantes Landerson e Josimeire aproveitaram a oportunidade para expor a indignação contra o tratamento discriminatório que sofreram no trabalho. As empresas eram diferentes, mas a história era a mesma: nunca tiveram as mesmas oportunidades de ascender profissionalmente que os chamados trabalhadores "ouvintes".

 

"Mediante a apresentação de provas e testemunhos, qualquer trabalhador que se sentir discriminado pode sim lograr êxito numa ação trabalhista por danos morais", explicou a juíza Ana Cláudia Scavuzzi, que guiou o grupo.

 

Em seguida, os alunos do Ruy Barbosa encontraram-se com os dos colégios Brigadeiro Gomes, Raphael Serravalle, Complexo Oscar Cordeiro e Visconde de Cayru no andar térreo, onde visitaram os setores de distribuição e execução. Neste último, tiveram a honra de conhecer Ivone Cruz, a primeira oficiala de Justiça do Brasil.

 

Aprovada em concurso público realizado em dezembro de 1972, Ivone Cruz foi nomeada em fevereiro de 1973 e, passados 35 anos, ainda exerce a função com muito orgulho. "Faço o que gosto. Só saio daqui  com a aposentadoria compulsória", afirmou a servidora. O que antes era uma raridade, hoje virou maioria. Dos 76 oficiais de Justiça do TRT, 50 são mulheres e apenas 26 homens.

 

Ascom/Amatra5 - 11.11.2008