A II Semana de Enfrentamento e Erradicação do Trabalho Infantil, realizada em Itapetinga desde a última segunda-feira, está superando a primeira edição do evento no envolvimento de entidades, agentes públicos locais e outros representantes da sociedade. Uma dos objetivos propostos, que é dar visibilidade à problemática, foi alcançado com a presença de comunicadores - radialistas, jornalistas e blogueiros - na "Roda de Conversa sobre o Trabalho Infantil (fotos)", ocorrida na Câmara de Vereadores, no primeiro dia do evento, além de entrevistas da juíza titular da Vara de Itapetinga, Rosemeire Fernandes, para veículos locais de comunicação.
A programação também conta com a realização de atividades públicas que reforçam a visibilidade do tema. Embora a panfletagem programada para a segunda-feira tenha sido suspensa por causa de fortes chuvas, uma passeata realizada ontem movimentou a cidade e levou um grande público para a Concha Acústica de Itapetinga, onde ocorreram apresentações artísticas de crianças vinculadas ao Grupo Artístico do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), à Fundação Canto das Artes, à Apae, ao Instituto de Proteção ao Menor (Iprom), bem como de comitivas de igrejas e educadores do Mais Educação.
"Nossa intenção é mobilizar a população de Itapetinga para o enfrentamento dessa prática, reduzindo o número de crianças e adolescentes em situação de trabalho", declarou a juíza Rosemeire Fernandes. Ela lembra que no ano passado, durante panfletagem e sensibilização na região das oficinas mecânicas, alguns adolescentes e crianças foram retirados da situação de trabalho, a partir da sensibilização dos seus pais, donos de pequenos negócios na região.
Para a magistrada, o combate à exploração de crianças e adolescentes passa pela conscientização das famílias: "É necessária a implantação de projetos que garantam a igualdade de condições com outras pessoas, a geração de emprego e renda, o trabalho decente, mas a família também tem que ser sensibilizada, pois há uma cultura de que é bom colocar as crianças no trabalho, sem se levar em conta que isso pode trazer prejuízos para a formação do indivíduo".
PROGRAMAÇÃO - Nesta quinta-feira (13/6), às 14 horas, ocorre no Auditório do Colégio Modelo o Seminário sobre o Trabalho Infantil, que deve envolver a Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, a imprensa, agentes comunitários de saúde, professores e famílias atendidas pelo Peti. Na sexta-feira, a partir das 7 horas, será montando na Feira municipal um stand de informações e distribuição de material para sensibilizar e esclarecer feirantes, comerciantes, crianças e adolescentes em situação de trabalho. Está prevista a entrega de cartilhas do trabalho infantil e o folder "10 razões pelas quais a criança não deve trabalhar", da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região (Amatra5).
O evento está sendo promovido pelo TRT5, Amatra5, Secretaria Estadual do Trabalho (Setre), Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Itapetinga, Superintendência Regional do Trabalho Emprego e Renda (SRTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) - Ofício de Vitória da Conquista, Ministério Público Estadual e o Juizado da Infância e da Juventude. O Fórum Estadual de Prevenção do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador (Fetipa-BA) também esteve presente.
A juíza Rosemeire Fernandes destaca ainda o apoio dos servidores da vara de Itapetinga, com destaque para Kalila Portugal e Melina Brasil. O site Itapetinga News fez uma cobertura com fotos da Roda de Conversa ocorrida na segunda-feira.
Secom TRT5 (com informações da Amatra5) - 13/06/2013