O titular da 29ª Vara do Trabalho de Salvador, juiz Marcelo Prata, participou na última quarta-feira (28) da mesa de debates sobre Assédio Moral, no auditório da Casa da Moeda do Brasil (CMB). O debate conduzido pela Chefe de Gabinete da CMB, Marcela Tapajós, contou também com a participação do advogado especialista em Direito Cooperativo Ronaldo Gaudio, do Superintendente do Departamento Jurídico (Dejur), Márcio Luis Gonçalves Dias, e do Gerente da Coordenadoria Trabalhista (Cotrab), Roberto Brandão.
O presidente Francisco Franco agradeceu a presença dos convidados e destacou a relevância do encontro. "Este é um assunto que precisamos conhecer. Todas as chefias precisam estar capacitadas para lidar com a questão", afirmou.
Antes de passar a palavra aos debatedores, Marcela Tapajós reforçou a importância do diálogo na formação de uma nova cultura de relações de trabalho. "Esse painel foi pensado para ajudar nesse desafio", ressaltou.
Marcelo Prata abriu o evento explicando que o assédio moral institucional é qualquer tipo de atitude hostil dirigida pelo superior hierárquico. Quando o empregado é desqualificado de alguma forma, ele se sente desmotivado e acaba virando vilão da história. Ele mostra seu lado mais negativo, por conta da pressão psicológica que está sofrendo", declarou.
Em complemento à exposição de Prata, Ronaldo Gaudio ressaltou que sua experiência com Direito Cooperativo revela que o fato de sermos uma sociedade competitiva em vez de cooperativista contribui para a prática do assédio moral. "A competição potencializa muito os desvios em uma estrutura empresarial", comentou.
Para o Gerente da Coordenadoria Trabalhista, Roberto Brandão, a prática adotada pela CMB de democratizar as relações de trabalho representa a boa iniciativa da empresa. "Estamos com diversos canais de comunicação abertos como a aproximação com o sindicato e criação da ouvidoria. Com isso os empregados incomodados com alguma situação tem possibilidade de levar suas questões adiante", destacou.
Já o superintendente do Departamento Jurídico (DEJUR), Márcio Luis, abordou as armadilhas que favorecem o assédio moral na CMB: o sistema de segurança, a localização geográfica, os atritos entre chefe e empregados e o conflito geracional entre profissionais jovens e antigos. "A forma de superar essas suscetibilidades é atuar com transparência e igualdade, o que já estamos fazendo", garantiu.
O presidente da CMB encerrou o evento afirmando estar muito satisfeito com a presença de moedeiros de várias áreas da empresa no auditório. "A ideia é justamente dar oportunidade para as pessoas falarem o que pensam", declarou Franco.
Ascom TRT5 (com informações da Casa da Moeda) - 30/11/2012