''Juiz que só fala nos autos faz parte do passado''

foto: Ascom TRT5

 

A afirmação do Secretário de Comunicação Social do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marcone Gonçalves (foto), foi um dos destaques do painel ''A Política de Comunicação Social do Poder Judiciário'', apresentado na I Semana Institucional do TRT da Bahia na tarde desta quarta-feira (21), na sede do Tribunal, em Nazaré. Para o jornalista, investir na profissionalização das assessorias de comunicação, preparar os juízes para o contato com a mídia e divulgar de forma mais efetiva as ações e decisões dos magistrados são alguns dos atuais desafios no relacionamento com a sociedade.

 

''As instituições do Judiciário têm obrigação de se ajustarem à evolução dos suportes de comunicação com a sociedade para a manutenção de sua própria credibilidade'', afirmou o secretário, apontando o atual contexto social do país como o responsável por tais transformações. ''A ascensão de milhões de brasileiros à classe média modificou não apenas as relações de consumo, mas também a percepção e o interesse da sociedade para com os assuntos do Direito'', alertou Gonçalves.

 

foto: Ascom TRT5O secretário de comunicação destacou a necessidade de mais investimento na comunicação social dos tribunais. Para ilustrar, ele relatou experiências bem sucedidas do próprio CNJ que, por investir em comunicação - para se ter uma ideia, o orçamento destinado à comunicação, que já foi de R$ 400 mil em anos anteriores, passou para R$ 12 milhões em 2013 - tem registrado resultados positivos nessa área, como, por exemplo, o recente recorde da fanpage do CNJ no Facebook, que alcançou o primeiro lugar em termos de repercussão na comparação com perfis de órgãos públicos de todo o mundo.

 

''É preciso que os juízes tenham consciência de que a comunicação social pode ser usada para diminuir suas próprias demandas, sobretudo se levarem em consideração o status de credibilidade que têm perante a sociedade'', pontuou, ao destacar a capacitação para o relacionamento com a mídia. ''Se feita de forma profissional, a comunicação traz bons resultados para o tribunal, para a sociedade e para o próprio juiz'', salientou, ao defender investimentos na infraestrutura dos setores de comunicação, atrelada ao planejamento estratégico da instituição, para que se alcancem os resultados desejados.

 

DEBATE - A apresentação, acompanhada com entusiasmo por juízes e desembargadores do TRT baiano, foi seguida de um debate onde os presentes puderam esclarecer dúvidas, a partir de exemplos reais, sobre como reforçar o relacionamento com a sociedade e lidar com a mídia sensacionalista, por exemplo. Neste aspecto, foi destacado o papel interlocutor desempenhado pela Assessoria de Comunicação Social (Ascom) do Tribunal e a relação de confiança e parceria que deve existir entre os juízes e esta unidade da Administração.

 

Para a diretora da Ascom do TRT da Bahia, Léa Coury, ''os debates foram proveitosos e reforçaram a necessidade de aproximar cada vez mais o Judiciário da sociedade'', além de fomentar o bom relacionamento institucional. Ela aproveitou a oportunidade para lembrar aos juízes presentes a Recomendação Conjunta nº 3/2012, da Presidência e da Corregedoria do Tribunal, que incentiva juízes e desembargadores a selecionar sentenças e decisões interessantes para a população e encaminhá-las à Ascom, para serem transformadas em notícias e divulgadas no portal do Tribunal.

 

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Ascom TRT5 (Lázaro Britto) - 22.11.2012