Todo dia morre pelo menos um motoboy em São Paulo e logo as pessoas dizem que é porque eles fazem ultrapassagens arriscadas. Mas por que eles ultrapassam? Qual a jornada de trabalho deles? A que tipo de pressões são submetidos para, por exemplo, entregar uma pizza ainda quente, sob o risco de ter que pagar por ela? Este foi um dos exemplos que a médica Margarida Maria Silveira Barreto (foto) utilizou para ilustrar situações que afetam a saúde mental do trabalhador na palestra Violência Psíquica, Saúde e Trabalho, que aconteceu na tarde desta terça-feira, dia 7, na Escola Judicial do TRT da 5ª Região. O evento contou com a presença do desembargador Cláudio Brandão, além de servidores do Tribunal.

A palestrante também discorreu sobre a atividade dos operadores de telemarketing, que trabalham em baias individuais, para evitar a conversa paralela, além de serem fiscalizados a todo o instante por supervisores e pela própria ferramenta de trabalho: o computador. Por meio dele, a empresa observa quantos telefonemas foram efetuados, que horas o funcionário começou a trabalhar, se fez ligações pessoais, além de outros.

Ela pontua que, muitas vezes, a gestão do trabalho se dá por humilhações, com gritos, pressões e até palavrões, o que pode resultar no assédio moral. Esses fatores aumentam o estresse e afetam a saúde mental do trabalhador. Segundo Margarida Barreto, outra forma de afetar a saúde intelectual de um colaborador é não valorizá-lo na atividade que desempenha e não reconhecer sua importância para a organização.

PALESTRANTE - Margarida Barreto é mestre e doutora em Psicologia Social pela PUC de São Paulo, além de se destacar como uma das maiores pesquisadoras nas áreas de trabalho e suicídio, saúde do trabalhador, assédio e violência moral no trabalho. Entre outras obras, a pesquisadora é autora do livro Violência, saúde e trabalho: uma jornada de humilhações, publicado pela editora PUC/SP.

Ascom TRT5 - 7.12.2010
Poupe energia: economize até 80% usando lâmpadas fluorescentes.