A nova campanha nacional de prevenção de acidentes do Ministério Público do Trabalho alerta para o registro de 700 mil ocorrências no Brasil anualmente. As principais causas são maquinário desprotegido, excesso de jornada, ritmo acelerado, cobrança exagerada e desrespeito a diversos direitos.

A campanha rompe com a lógica tradicional de fazer  ações em saúde e segurança no trabalho baseando-se apenas no uso de equipamento de proteção individual (EPI), que associa o acidente unicamente ao ato inseguro e culpa exclusivamente a vítima. A utilização do EPI é importante e deve ser exigida, mas dentro da escala de prioridade de atuação em prevenção de acidentes do trabalho está em último lugar.

Antes, deve haver uma adequada gestão dos riscos por intermédio da eliminação e neutralização deles e, posteriormente, o uso de equipamentos coletivos. O objetivo da campanha é promover uma mudança de mentalidade para estimular a atuação preventiva a partir da gestão de riscos.

As dificuldades de se compreender esse objetivo podem levar, num primeiro momento, a uma reação de estranhamento e, posteriormente, de discussão sobre os contornos da proposta. Assim, a campanha publicitária torna-se importante por trazer a cultura da prevenção como algo central no debate público, procurando dialogar com toda a sociedade de uma forma geral, e não apenas com a classe dos trabalhadores como tradicionalmente vem sendo feito com as campanhas baseadas nas imagens de "bota-luva-capacete" e "use EPI".

Secom TRT5 (Josemar Arlego) - com informações do MPT - 10/03/2014