Servidores mudam rotinas para se proteger contra a dengue


Em Itabuna, o uso de repelente se tornou essencial no dia-a-dia

 

A situação de emergência em sete municípios baianos em consequência do surto da dengue tem mudado a rotina dos moradores, inclusive dos servidores do TRT5 que moram nessas cidades. Em Itabuna, a 426 Km de Salvador, por exemplo, que registra o maior número de notificações − 2.120 casos em janeiro e fevereiro −, alguns servidores das quatro varas já tiveram de se ausentar do trabalho para cuidar de familiares que ficaram doentes.

 

A diretora-adjunta da 4ª Vara do Trabalho, Sara Almeida dos Santos, conta que a situação em toda a cidade é de preocupação e que até no próprio local de trabalho é preciso estar atento, pois o Fórum da Justiça do Trabalho funciona no bairro São Caetano, um dos mais infestados pelo aedes aegypti - o mosquito transmissor da dengue. O prédio é novo, foi inaugurado em setembro do ano passado e não tem focos do mosquito, mas todo cuidado é pouco. ¿Eu não saio de casa sem passar repelente e sempre com os vidros do carro fechados¿, explica Sara.

 

FOCOS − Na Vara do Trabalho de Jequié, a 365 Km da capital, segundo o diretor-adjunto, Maeli Oliveira, parentes de três servidores tiveram dengue, inclusive seu filho. No próprio local de trabalho todas as providências foram tomadas, sobretudo após a vistoria sanitária que constatou foco do mosquito no local. ¿Tínhamos alguns móveis inservíveis, carteiras com gavetas expostas ao tempo em uma área sem cobertura, juntando água¿, conta. O juiz titular da vara, Benílton Guimarães, determinou a cobertura da área, limpeza do terreno e arrumação desses móveis para evitar novos focos.

 

Ilhéus, Ipiaú, Irecê, Jacobina e Porto Seguro também estão em situação de emergência pelo prazo de 180 dias, em decorrência do aumento de casos de dengue, tanto do tipo clássica quanto do tipo hemorrágica, o mais perigoso. Em todo o estado foram notificados 15.395 casos da doença nos dois primeiros meses deste ano.

 

A servidora Kátia Carvalho, do Setor de Movimentação de Precatórios, em Salvador, usa repelente diariamente e está apreensiva com essa nova epidemia na Bahia. Ela teve dengue hemorrágica em novembro de 2007 e o seu quadro ficou muito grave. O foco do mosquito estava próximo ao seu local de trabalho, o Fórum Coqueijo Costa, como foi verificado depois pela Vigilância Sanitária. ¿O infectologista falou para meu marido que viu pessoas em estado melhor que o meu que não sobreviveram¿, lembra a servidora, que à época ficou quase um mês afastada do serviço.

 

Os principais sintomas da dengue, segundo a médica do Serviço de Saúde do TRT5 Ricarda Coutinho, são febre, cefaléia, dor atrás dos olhos, nas articulações e nos músculos, moleza e manchas vermelhas pelo corpo. ¿Esses sintomas podem ser confundidos com uma simples gripe, por isso o médico deve ser consultado para dar um diagnóstico preciso¿, esclarece. Crianças podem apresentar, ainda, irritabilidade, sonolência, diarréia, vômito e recusa de alimentação.

 

MOSQUITECA  ¿ Para combater o aedes aegypti, servidores da Vara do Trabalho de Cruz das Almas, a 146 Km de Salvador, realizaram no ano passado uma campanha de prevenção da doença. Além de combater a água parada, outra atitude tomada pelos integrantes da vara foi a produção de "mosquitecas" - armadilhas para capturar e destruir de forma segura os ovos da fêmea do mosquito transmissor da dengue.

 

A armadilha foi inventada pelo professor da UFRJ, Maulori Cabral, em parceria com biólogos da Fiocruz, que testaram e comprovaram sua eficácia. A mosquiteca é feita a partir de garrafas pet e pode ser colocada em áreas externas − jardins, varandas e quintais. (Veja como fazer a mosquiteca: www.trt5.jus.br/nucleo/download.asp?noticia=9941&arquivo=3518).

 

Ascom/TRT5 ¿ 23.03.2009